
A ourivesaria sacra constitui uma produção artística de qualidade destinada ao culto do sagrado e está a objetos de devoção como medalhas, coroas e outros, servindo um projeto de evangelização e de comunicação entre os fiéis e o absoluto.
Mas a ourivesaria é também a face do aparato, da pompa, da ostentação quando os objetos utilitários se impregnam de uma magnificência que não precisavam para realizar a função para a qual foram criados, dando assim corpo à afirmação que “para Deus o melhor”, mas evidenciando também, a riqueza de uma Igreja e da comunidade que lhe serve de base e que sustenta esse aparato.
Das várias peças aqui expostas, devem ser destacadas:
– Custódia ou Ostensório
Depois de decretada a festa do Corpus Christi, no ano de 1264, surgiu a necessidade de conceção de uma peça devocional que permitisse expor aos fiéis a Hóstia Consagrada, o que levou à criação desta alfaia litúrgica.
A Custódia da Igreja de Massarelos, é uma peça do séc. XVI com características estilísticas do gótico final, ou Manuelino, e do período seguinte, o Renascimento, misturadas nos seus principais componentes: a base, o nó e o ostensório onde é colocado em exposição o Santíssimo Sacramento, por vezes rodeado por um resplendor de raios solares e protegido por vidro.
– Coroa
As coroas são peças associadas à realeza, ao poder, à liderança e transmite a ideia de elevação, imortalidade e humildade.
A sua forma circular significa a perfeição e uma ligação entre o terreno e o celestial. São construídas com metais nobres e pedras preciosas.
A coroa aqui exposta, é uma peça em prata do final do séc. XIX, atribuída a um ourives do Porto e oferecida por um Benfeitor da Confraria a Nossa Senhora da Conceição.
– Cálice e Patena
Peça decorada com os objetos da paixão de Cristo, que através da sua observação remete para o que esse momento representa para os Cristãos.
Peça em prata dourada, com marca de ourives do Porto do início do séc. XIX e referenciadas no Tombo da Confraria de 1827.
– Peças de Joalharia
A Igreja possui algumas peças de joalharia, em Minas Novas, que entraram no seu acervo através de doações, legados e pagamento de promessas.
Das peças mais importantes destaca-se um estojo com um colar com pendente, que mostra a influência da fauna e da flora muito presentes neste tipo de peças, e ainda um par de brincos tudo com pedraria e encastoado em prata, muito antigo, legados a Nossa Senhora da Conceição por testamento de D. Leonor da Lima Pacheco.
A gargantilha com pedraria aqui exposta foi doada a nossa Senhora da Conceição por testamento da mesma Benfeitora.